É necessário um professor para a Realização Espiritual?
Não há regras. O professor na forma de uma pessoa é um entre muitos possíveis.
O professor em forma de pessoa pode obviamente proporcionar uma articulação intelectual consistente e ressonância emocional. A interação humana é uma coisa realmente muito especial por causa da empatia. O professor já vivenciou o sofrimento o qual o aspirante está atravessando. E, no caso da realização espiritual, entende por experiência direta como se dá o fim do sofrimento.
Que outras formas são possíveis?
Depende do nosso grau de desidentificação com o ego, do grau de consciência de onde estamos no caminho e da nossa capacidade de ler as mensagens. Tarô, conexão telepática com guias, canalização ou comunicação mediúnica com eles, livros, vídeos, áudio; todos estes são professores possíveis.
A Verdade pode ser vislumbrada através de qualquer estímulo. No meu caso foi após a leitura de um parágrafo de um livro. Só mais tarde fui atrás de professores para pedir uma explicação sobre certos aspectos do processo eu estava vivenciando.
Se o Despertar já aconteceu, sabe-se “para onde se vai”, então as indicações virão para nos levar na direção de finalizar o processo de dissolução da falsidade. Se o Despertar ainda não aconteceu, então os indicadores nos mostrarão o que deve ser visto a fim de fortalecer a verdadeira personalidade e preparar-se para o Despertar.
Nosso marido ou esposa pode ser o professor. Um amigo, o mendigo na rua, o caixa do supermercado, nosso cão ou gato, o céu, uma flor, a mancha de óleo na calçada, qualquer coisa. Tudo ensina. Quanto menos medo auto-centrado houver, mais potentes professores estarão disponíveis.
O fato de estarmos conscientes por si só é um professor. Em um estado de suficiente sensibilidade, tudo nos ensina algo a todo momento.
Li em algum lugar que o sábio Milarepa deu uma resposta interessante a essa pergunta. Ele supostamente disse: “Eu tenho vinte e oito professores, incluindo os quatro elementos”. Isso significa que ele estava em um estado de não envolvimento com o ego tal em que tudo e qualquer coisa em sua vida estava apontando o caminho, e ele podia percebê-lo.