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Nonduality, Advaita. The end of suffering.

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O Quarto Caminho

Por que você abandonou o Quarto Caminho?

O que vou dizer refere-se ao ensinamento que aprendi na Fellowship of Friends e como foi praticado com base nos livros de Gurdjieff, Ouspensky, Rodney Collin e Maurice Nicoll. Sei que existem vários outros grupos nessa tradição e não estou me referindo a como eles interpretaram o sistema que, pode ou não ter sido correto, eu não tenho como saber.

Como Ouspensky apropriadamente nomeou seu livro, esses eram fragmentos de um ensinamento. Os ensinamentos a que fui exposto eram exatamente isso: “fragmentos”. Pedaços de conhecimento objetivo psicológico e cosmológico. Misturado com aqueles havia uma quantidade significativa de conjecturas subjetivas, mistura de idéias não relacionadas e, infelizmente, distorções do conhecimento objetivo. E por conhecimento objetivo entendo o conhecimento que vem dos engenheiros desta realidade através do reino mental, em vez do conhecimento criado empiricamente pelos humanos enquanto encarnados. Ou seja, os caras que inventaram a máquina também forneceram um diagrama e um manual do usuário junto com ela.

No que diz respeito aos livros, levemos em conta que alguns, se não todos, os livros do Quarto Caminho foram escritos durante o tempo em que seus autores eram aspirantes. Eles não podem ser tomados inteiramente como indicadores da Verdade.

Um sistema com a mesma origem não física do Quarto Caminho de Gurdjieff está atualmente disponível como parte dos Ensinamentos de Michael que contêm um sistema mais completo e preciso de delineamento psicológico. Ele tem as ferramentas para eficazmente neutralizar a falsa personalidade.

Portanto, como um sistema de delineamento psicológico, não o abandonei. Eu ainda o uso quando me comunico. É o sistema psicológico mais preciso com o qual já me deparei. É um exemplo de conhecimento objetivo. Mas não na forma inicial que aprendi.

Você pode dar exemplos de erros de conhecimento do sistema?

Não se pode consertar um carro quebrado se não se conhece todas as peças, onde elas estão localizadas e suas funções.

O problema que vi no sistema do Quarto Caminho que aprendi foi que a compreensão do significado e do lugar do medo no trabalho era desfocada e ofuscada, porque a psique não estava delineada completamente ou com precisão. Assim, o cerne do traço principal não podia ser abordado de forma eficaz. A psique deve ser delineada de forma completa e precisa. Não se pode deixar pedras por virar. Coisas inconscientes obstruem a Realização Espiritual.

O medo está no âmago da falsa personalidade e é a mãe de todas as emoções negativas egocêntricas. Mas a noção de que existe um “traço principal de medo” está errada. Há sete traços principais e todos os sete são baseadas no medo. E cada uma dos sete tem um medo com sabor diferente. Devemos conhecer nosso sabor favorito muito bem.

Se achamos que temos um “traço de medo” como era comum ouvir na FOF, então nossa mente está confusa e não podemos enfocar-nos no tipo particular de medo que nos prende e limita. Ele permanece não observado e, portanto, permanecemos inconscientes de suas partes móveis e de suas funções e efeitos.

Fora o medo patológico devido a traumas violentos do passado, o que era referido como o “traço de medo” na FOF é uma manifestação exagerada de cautela, sob a forma de fobia exacerbada, à qual as pessoas que têm um “modo de cautela” são propensas. A cautela é um traço genuíno de verdadeira personalidade, enquanto que a fobia não é. A fobia é estimulada por uma dos sete traços principais, ela não é “um” traço principal da falsa personalidade.

A idéia de “modo”, juntamente com outros traços psicológicos igualmente fundamentais como “objetivo” e ” atitude”, não estava no sistema do Quarto Caminho, estava incompleto. Portanto, não se pode entender o carro que se quer dirigir, quanto mais consertá-lo.

Se o medo não for visto e compreendido com profundidade suficiente, e sinceramente, a falsa personalidade continua sendo a força ativa. Não há liberdade ali. Ficamos presos no purgatório.

Depois de todos esses anos, vejo estudantes e ex-estudantes que ainda sofrem e seguem emaranhados nos amortecedores defensivos da falsa personalidade, depois de décadas de trabalho. Certas manifestações de seus medos favoritos permanecem intactas e não vistas e, pior ainda, não querem ouvir falar sobre isso. Ou, para ser mais pertinente, seu traço principal não lhes permitem aprender. E, portanto, não podem se libertar de sofrimentos psicológicos desnecessários.

Estar preso à falsa personalidade pode ser devido a muitas razões e não deve ser julgado superficialmente. Mas o uso de uma ferramenta obtusa, como idéias do sistema distorcidas não ajuda em nada.

As partes do sistema que considero relevantes para minha mensagem podem ser encontradas em alguns dos meus artigos no site. Mais especificamente, os artigos sobre a falsa personalidade e traço principal

O medo está intrinsecamente ligado à raiz do sofrimento. Portanto, ter uma compreensão clara do medo usando um sistema de delineamento psicológico objetivamente correto é extremamente útil e pode ser eficaz na neutralização da falsa personalidade e do sofrimento inútil que ela gera. Sem tal neutralização qualquer paz proveniente do despertar ou da realização espiritual está fadada a seguir inestável ou simplesmente ausente.

Nonduality, Advaita. The end of suffering.