A consciência é consciente. A consciência também não é consciente. A consciência é. Quanto mais palavras acrescentarmos a essa frase, mais profunda será a mentira e, talvez, mais divertida será a conversa. O silêncio é o mais próximo da verdade.

Antes do silêncio vem o escutar. Se a mente estiver obstinada em explicar e a tagarelice não parar, não haverá espaço para a atenção fluir para onde reside a paz que o coração deseja. É ingênuo esperar a iluminação antes de fazer o trabalho preparatório necessário. Amarre seu camelo e Alá estará lá esperando.

O termo Estado Natural é conciso. Ele é natural, não especial. A Realização Espiritual é a condição normal de um ser humano. O senso de separação e seu medo são o artifício.

Nos últimos estágios do caminho espiritual, não há hierarquia.
Professor e aluno são iguais.
A diferença entre eles reside apenas no fato de que um sofre desnecessariamente e o outro não.
Portanto, aquele que não está sofrendo faz o que pode para ajudar o outro.

A iluminação não resolve problemas de dinheiro, saúde ou relacionamento; e eles não desaparecem como num passe de mágica.
Buscar uma solução espiritual para problemas não espirituais indica um mal-entendido básico sobre o tipo de sofrimento que desaparece com a Iluminação. O ego ainda precisa ser educado. A perfeição é uma fantasia.
Esse é um ponto sutil que, se resolvido, pode pôr fim à busca e revelar que não há nada de errado.

Por meio da meditação em objetos, aprendemos. Por meio da meditação na ação, mudamos. Por meio da meditação na não-ação, aceitamos. Por meio da meditação sobre o Sujeito, conhecemos nossa Verdadeira Natureza.

Somos evidentes, com uma tendência a usar e admirar máscaras.

Não somos iluminados.
Somos a luz.
E também somos a escuridão.
Somos tudo.
E nada também.
A simplicidade do que somos é indescritível e é por isso que não pode ser compreendida.
A compreensão requer dois e nós não somos dois.
Isso só pode ser percebido.

Em algum momento de nossos caminhos, dizemos que não há escolha, que tudo acontece.
Esse pensamento é um efeito colateral do Vislumbre da Verdade.
Mas não é exato, pois é uma expressão do sentimento de separação após o fato.
Há escolha.
Tudo acontece, inclusive a escolha.

A escolha é uma das engrenagens do mecanismo da lei de causa e efeito, ou lei do carma.

Os conceitos não são a verdade.
No entanto, alguns conceitos refletem a verdade e outros levam à falsidade, especialmente aqueles que envolvem o conceito “eu”.

O caminho para o inferno é pavimentado com intenções.

A Consciência Pura não é uma conquista da presença; ela é Realizada para nunca estar ausente.

“Escola” é o desejo de saber e a capacidade de ouvir.
Não se trata de algo misterioso escondido em grupos fechados ou sociedades secretas.

Quando surge o pensamento “estou presente”, já estamos na estrada para o inferno.
O céu é um estado de ser em que há ausência.
O senso de separação não existe.
Portanto, ninguém está presente; há apenas a Presença Silenciosa.

A incapacidade de perdoar duplica o sofrimento.

A compreensão da natureza impessoal da dor emocional permite sua transcendência – o verdadeiro perdão.
Você se livra de traumas passados, um passo necessário para se libertar de sofrimentos desnecessários.

A culpa é um alarme.
A partir daí, a estrada se bifurca.
Para a esquerda: autoflagelação inútil.
À direita, a consciência e a ação correta.
Acima: ninguém.
Quem é o juiz, então?

A pessoa é um dos muitos objetos que aparecem e surgem da Consciência que Somos.

O falso senso de si mesmo produz defensividade.
Ele se baseia no medo de que “eu” seja prejudicado.
Se o senso do eu é a Consciência, nenhum dano é possível.
Portanto, o medo está ausente.

O verbo to be é o mais usado e o menos compreendido.

A sensação de separação é a raiz do sofrimento psicológico.
A raiz do sofrimento psicológico não é a falta de dinheiro, tempo, amigos, atenção, café, sexo, experiências, vida eterna ou qualquer outra coisa.

Não somos conscientes.
Nós somos a Consciência.

Tornar-se consciente não é o fim do caminho; é o começo do fim.
O fim do caminho é perder o que antes acreditávamos ter nos tornado.

A manifestação é a árvore.
O “Eu Sou” é a semente.
O Espírito é o solo que as sustenta e absorve.

O Estado Natural é o estado normal dos seres humanos.
Muitas coisas podem obstruir sua realização.
Uma delas é o viés espiritual dos ensinamentos que vendem a noção de que a realização espiritual é a conquista de algum estado superior de consciência.
O Estado Natural é Único; não há nada superior ou inferior a ser mencionado.

No caminho espiritual, há um momento em que você deve ser exortado a aproveitar seu poder interior.
E depois há um momento para você perceber que não tem poder algum e descansar na paz dessa impotência.
Aceitação total.

A felicidade que surge da não compulsão de satisfazer os desejos é de um caráter diferente da felicidade que surge da satisfação dos desejos ou evitar a dor.

Não existe um “eu” na Autorrealização.

Se o Eu é o Oceano da Consciência, o Ser ou “Eu Sou” é a água ou substância; e tudo o que podemos perceber, pensar ou falar a respeito são as ondas, incluindo o “aparelho de percepção”.

A pessoa imagina que vai despertar.
O despertar acontece, destrói essa imaginação e nada toma seu lugar.

Essa personalidade e esse corpo, que são levados tão a sério e protegidos a todo custo, são como nuvens.
Eles se formam e se dissolvem.
O alarde feito sobre sua integridade é sinônimo de sofrimento psicológico.

Uma pessoa não desperta ou se torna iluminada.
O despertar ou a iluminação acontece “para” uma pessoa.
E o que é revelado está além ou é transcendente à pessoa, mas está sempre presente.

O ego não precisa morrer ou ser eliminado.
O ego precisa de compreensão, compaixão e educação.

A razão pela qual a espécie humana, como sociedade, está no estado lamentável em que se encontra agora se baseia exclusivamente na autoignorância.
Pela simples razão de que somos tudo.
E se soubermos no fundo de nosso ser que somos Tudo, nunca prejudicaremos nada, nunca desperdiçaremos nada e nunca abusaremos de nada.
Seremos, de fato, bons proprietários da vida e deste planeta.
Alguém que realizou a Verdade do Ser é um bom proprietário do universo.

O que estávamos buscando acaba não sendo o que pensávamos estar buscando.

O pensamento “eu tenho consciência” ou “minha consciência” é a expressão máxima da ignorância.

“Eu sou, portanto tudo é.”
O início e o fim de todas as filosofias.

A busca da união impede a celebração da Unidade.
A busca de entendimento impede a celebração da Verdade.
A busca por algo impede a celebração do Nada.

O silêncio é o melhor ensinamento. O segundo melhor é a Atenção. O terceiro melhor simplesmente afirma que “Nós Somos Aquilo”. O quarto melhor afirma que não somos o que pensamos que somos, e o quinto melhor descreve a psique de forma objetiva.

O que está no prato de vocês, agora e sempre, é o Ser.
Se você procurar ser outro eu ou estar em outro estado que não seja este, estaremos nos deparando com o problema da separação.
Estamos presos em Maya.

Uma pessoa é para o Ser o que um dedo é para o corpo.

A Realização Espiritual não traz qualidades especias para a vida de uma pessoa. Ela traz normalidade.
